Reverso



Aqui estamos nós,


de volta à estaca zero da autoestima e vivacidade,
preso novamente às correntes da solidão e isolamento.
É como dizem,
raposa velha não aprende truque novo,
e eu já sou velho.
Velho da alma que já está calejada de tristezas.
As linhas do arrependimento surgem na pele com o fio da navalha,
que só não é mais frio do que essa vida vazia.
Ou melhor,
vida cheia de pessoas vazias,
que não se importam com os sentimentos dos outros.
Sempre quis saber quando a vida deixou de valer algo.
Bem, a minha nunca valeu pra mim nem pra ninguém,
mas e quanto aos outros?
Quando foi que o ser humano se tornou tão frio?
Matando por nada e vivendo por menos ainda.
Nunca vou entender essas coisas,
ainda mais agora que estou com a corda do desespero no pescoço,
a um passo da minha paz eterna.

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